Estudantes voltam às aulas
Após 4 meses, professores retornam às escolas, mas calendário ainda será definido

Depois de quase cinco meses em greve, os profissionais de educação da rede estadual voltaram às salas de aula ontem. Alunos comemoraram o retorno e esperam concluir o ano letivo. No Instituto de Educação Clélia Nanci, em Brasilândia, os estudantes esperam ficar sem férias.
“Fomos prejudicados pela greve e ocupação da escola. O que queremos é concluir o ano letivo dentro do calendário escolar. Já estamos conformados em não ter férias”, disse o estudante do 1º ano, Breno Fabrício Santos, de 15 anos. Ana Carolina Carvalho, 16, também do 1º ano, tem o mesmo pensamento. “Não podemos parar. Já estamos sem os professores de filosofia e sociologia. Com o fim da greve, o que queremos é estudar, nem que para isso, as férias sejam suspensas”, disse.
No Colégio Estadual Adino Xavier, no Mutondo, os alunos do 2º ano foram liberados mais cedo, na manhã de ontem, mas o motivo foi a falta da professora de português. “Estamos com 95% do quadro de professores completo. Todos retornaram. Antes mesmo da greve, estávamos sem professores de sociologia e filosofia e continua desta forma. Hoje, uma professora faltou, mas ela não está em greve. Nossa expectativa é conseguir concluir o ano letivo em dezembro e, para isso, vamos abrir mão das férias”, contou o aluno do 2º ano, Gustavo Fernandes, 16.
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) informou que serão respeitados os 200 dias letivos, conforme previsto em lei, e que algumas escolas poderão não ter o recesso do período olímpico, em agosto, e avançar em dezembro, janeiro e até fevereiro de 2017.
O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), por sua vez, informou que a questão da reposição das aulas será discutida pela categoria em assembleia que será realizada no próximo sábado. Nesta plenária, os profissionais irão decidir por uma proposta de reposição. A proposta será discutida com a Seeduc em reunião, no dia dois de agosto, com a presença da Comissão de Educação da Alerj. A orientação do sindicato é que não aceitem qualquer imposição das Coordenadorias Metropolitanas e das direções de escolas sobre a questão da reposição das aulas antes da assembleia.