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Familiares de gonçalense morto no Chile fazem vaquinha para trazer o corpo para o Brasil

Corpo de Raphael corre risco de ser enterrado como indigente

relogio min de leitura | Escrito por Sofia Miranda | 15 de maio de 2023 - 12:45
Raphael da Silva Casanova, de 38 anos
Raphael da Silva Casanova, de 38 anos -

Familiares de Raphael da Silva Casanova, de 38 anos, nascido em Alcântara, fazem vaquinha para arrecadar a quantia necessária para custear o traslado que irá repatriar o corpo de Raphael, falecido na última terça (09), após complicações de uma catapora adquirida em dezembro do ano passado. O Hospital Regional Dr Leonardo Guzman - Antofagasta, que guarda o corpo de Raphael para ser enterrado, no Chile, deu um prazo de duas semanas para que a família tente fazer o transporte do corpo, pela falta de lugar apropriado para a conservação. 

Até o momento, a família arrecadou uma quantia de R$ 15.927 e amigos de Raphael que vivem no Chile, custearam até o momento $872.444 em pesos chilenos, o valor corresponde a R$ 5463,79 na moeda real. O valor estimado para custear o traslado, segundo a irmã de Rafael , Juliana da Silva, é de 25 mil reais. 

falecimento por catapora 

Raphael foi acometido em dezembro de 2022 por uma catapora, diferente das costumeiras que se manifestam em crianças e começou a adoecer. Ao procurar atendimento médico, Raphael foi orientado a fazer isolamento e tratamento intensivo em casa, já que conforme alertou o médico, se não fizesse o uso correto dos medicamentos, poderia ter sequelas e ser até letal. Os sintomas sentidos por Raphael eram de dores, além dos machucados na cabeça e na nuca.

 Segundo Juliana, o irmão iniciou o isolamento em janeiro e ficou aproximadamente um mês fazendo o tratamento em casa. A irmã explicou que ele se queixava de uma discriminação racial no ambiente médico do Hospital Regional Antofagasta, e que sentia um tratamento diferente, parecido com descaso.

Com o tratamento feito em casa, o irmão começou a apresentar melhoras e foi aos poucos voltando à vida funcional e ativa que levava. Raphael praticava esportes e frequentava a academia.  Com a progressão na saúde, o jovem não retornou ao médico porque achou que já estivesse bem. Depois de um mês e meio, Raphael voltou a se sentir mal e retornou ao hospital. Nesta vez, já em abril, identificaram o vírus da catapora ainda ativo no organismo do brasileiro e orientaram novamente que Raphael retornasse com o tratamento. 

Raphael levava um estilo de vida ativo e saudável
Raphael levava um estilo de vida ativo e saudável |  Foto: Arquivo pessoal
 

Mesmo iniciado o tratamento, a saúde de Raphael agravou rapidamente, ele já não conseguia se alimentar direito e fazer coisas básicas do dia a dia. O gonçalense vivia sozinho, desde que se mudou para o país chileno, no qual já residia há seis anos. ‘’Nos últimos dias ele ligou para minha mãe e falou que estava no quarto dele, onde ele morava, sozinho. Até que ele disse ‘Mãe, eu to morrendo. Continua me ligando enquanto puder, mas se eu não atender é porque não estou mais aqui.’ ele ligou porque estava tentando se despedir.’’ contou a irmã. 

Quando ficou evidente a piora do irmão, Juliana tentou rapidamente contatar os amigos mais próximos de Raphael pelas redes sociais, a irmã não tinha certeza quais eram os mais íntimos, por isso entrou em contato com um a um. Uma amiga chilena foi até a residência de Raphael e prestou assistência, levando o homem até o hospital, onde permaneceu até seu falecimento. A catapora já tinha comprometido o funcionamento de parte dos órgãos de Raphael. 

''Ele parecia ser sério mas era muito bobão, sabe? Fazia piada com tudo.''
 

Ainda segundo Juliana, o irmão era alto e másculo mas se tratava apenas da 'casca'. "Raphael era brincalhão e tinha ‘cabeça de criança’, sempre alegre. Decidiu se mudar para o Chile quando fez a primeira viagem a passeio, Raphael visitava a família anualmente e afirmava não querer mais residir no país de origem", contou. 

 Desde a data do falecimento, o corpo do irmão está sendo mantido no Hospital Regional Antofagasta e aguarda o transporte para o Brasil até a próxima terça. A família procurou o consulado, mas eles alegaram não ser possível arcar com os custos, deram apenas informações do que a família teria que fazer. Na falta do restante da quantia necessária, a família não consegue repatriar o corpo Raphael, por isso estão correndo para iniciar os procedimentos. 

A vaquinha para custear o traslado para trazer o corpo de Raphael está disponível no link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-nos-a-trazer-o-corpo-do-meu-irmao-pro-brasil 

Estagiária sob supervisão de Marcela Freitas

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