Um gonçalense na Seleção Brasileira

Por Ari Lopes e Rennan Rebello

A derrota da Seleção Brasileira para a Bélgica, na sexta-feira, em Kazan, por 2 a 1, decretando o adeus da equipe à Copa do Mundo da Rússia, impediu que um gonçalense tivesse a chance de conquistar seu segundo título ‘defendendo’ as cores do Brasil. Ele é o PM reformado, José Antonio dos Santos, de 55 anos, o Eddie Murphy, que integra a equipe de seguranças do ‘esquadrão canarinho’ desde 2015 e que fez parte do grupo medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio, em 2016.

Nascido e criado na Trindade, ele demonstrou durante as eliminatórias no ano passado, num jogo contra a Colômbia, em Bogotá, a agilidade que o levou a ser convocado para ‘defender’ a Seleção. “Um fã do Neymar conseguiu romper a barreira dos policiais colombianos quando a delegação descia do ônibus na porta do hotel e fui obrigado a ‘dar uma de zagueiro’. Tive que me jogar e agarrar o cara. Por causa disso, fui homenageado pelo chefe da polícia colombiana”, relembrou. Antes de chegar à Seleção, Eddie Murphy defendia os cidadãos comuns do Estado do Rio. “Trabalhei no antigo 11º BPM (Neves), depois fui para o 7ºBPM (São Gonçalo), Bope e Grupamento Aeromarítimo (GAM), já que sou piloto de avião”, revelou.

Depois de se aposentar da PM, José ainda atuou como secretário de Segurança Pública da cidade de Porto Real, no Sul Fluminense, quando recebeu o convite para integrar a equipe de segurança do Brasil. “Sou Flamengo, sempre gostei de futebol e achei essa oportunidade incrível”, disse José.

Apelido – José Antonio ou ‘Eddie’, atualmente, vive entre Resende e sua ‘casa de veraneio’ na Trindade. Aliás, foi no município do Sul Fluminense, quando era lotado no batalhão da cidade, que ganhou o apelido de Eddie Murphy. “Esse apelido veio por acaso, nos anos 80, quando eu trabalhava como PM num posto de Itatiaia. Fazíamos muitas apreensões de drogas e prisões e na delegacia, numa das ações, um sujeito disse em voz alta a meu respeito: ‘Assim fica difícil. Esse cara parece até o ‘Tira da Pesada’’ (filme de muito sucesso de Eddie Murphy, na época) e sou conhecido assim até hoje. Até a minha esposa e o pessoal da CBF me chamam de Eddie”, explicou.

Quando é ‘convocado’ para ser uma das ‘barreiras de segurança’ do selecionado nacional, José Antonio também tem a oportunidade de conhecer outras culturas e esse tipo de conhecimento agrega valores para sua formação. “A vida é feita de histórias e estou gostando muito desse trabalho. Tenho a oportunidade de viajar, conhecer pessoas e lugares diferentes. Infelizmente, não posso fazer turismo porque meu ofício exige estar com a atenção redobrada 24 horas, mas já mapeei lugares para levar minha esposa para passear pela Europa”, promete o ‘Eddie Murphy de São Gonçalo’, que aguarda estar entre os convocados para ‘defender’ a Seleção na Copa América de 2019, no Brasil.