Seleção brasileira empata e frustra torcedores no Brasil e na Rússia

Doeu. Os primeiros 20 minutos iludiram e, muito, o torcedor brasileiro que, depois de aplaudir o golaço de Philippe Coutinho, viu a Suíça jogar água no chopp com o empate de 1 a 1. O resultado adverso para a seleção canarinho deixou a Sérvia na liderança do Grupo E, com três pontos somados, devido à vitória sobre a Costa Rica, por 2x0. Brasileiros e suíços, que ficaram no 1x1, empatam na segunda colocação, com um ponto cada. O empate também interrompeu uma sequência de nove estreias com vitórias e 40 anos sem empatar na primeira partida da competição.

Criando mais chances e sem dar espaços na saída de bola dos suíços, o Brasil dava indícios de que seria o dono do jogo, mesmo tendo uma defesa consolidada à frente. Quem furou o paredão vermelho foi Coutinho, logo aos 19 minutos. O meia aproveitou rebote de cruzamento de Marcelo para mandar na gaveta da meta de Sommer.

Apesar de ter a tecnologia à disposição, o árbitro não utilizou o recurso de vídeo em nenhum dos lances ditos polêmicos. Primeiro, o empurrão de Zuber em Miranda, antes de cabecear para o gol. Posteriormente, Gabriel Jesus questionou uma penalidade cometida por Akanji.

Independente da interpretação do árbitro, o torcedor ficou com a impressão de que faltou confiança. Alisson, por exemplo, poderia ter afastado o perigo no escanteio que resultou no gol adversário. No ‘abafa’ para marcar mais um, a equipe falhava na objetividade, tocando muito a bola apesar da forte marcação e desperdiçando chances.

A seleção volta a campo na próxima sexta-feira, às 9h, diante da Costa Rica, em São Petersburgo.

Em Maricá, torcedores deixam de vibrar para ‘cornetar’

Se faltou confiança dentro das quatro linhas, o mesmo não se pode afirmar quanto ao público que acompanhou a partida na Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro de Maricá. A galera lotou os bares do local com direito à camisa, corneta, chapéu e todos os adereços esperados. No momento do gol, até mesmo os funcionários largaram os utensílios na cozinha e resgataram a camisa guardada para comemorar.

Antes da partida começar, o grupo de amigas – Carla Coimbra, de 22 anos, Gabrielli Diaz e Rayane Marques, ambas com 23 – apostava em um placar mais favorável: 3x0 para as duas primeiras ou 2x0, para Rayane, a mais cética do trio. Fãs explícitas de Neymar e com faixas de apoio a Gabriel Jesus, as meninas acabaram por trocar os elogios a críticas ferrenhas ao craque. Bastava um passe errado ou finalização desperdiçada para que um “como é que é, Neymar?” fosse ouvido.

O resultado, no entanto, não foi suficiente para desanimar as moradoras Elisa Leão, Stephany Santos e Sophia Andrade. As jovens de 19 anos acreditam em uma classificação tranquila no Grupo E para enfrentar a Alemanha nas oitavas, caso os carrascos de 2014 fiquem em segundo na chave D, e espantar de vez o fantasma do 7x1.

“Não vamos repetir a goleada. Um placar de 1x0 já é suficiente para avançar”, avaliou Sophia. Já Elisa confia que o penteado inusitado de Neymar seja um bom sinal.

“Em 2002, Ronaldo lançou o corte do Cascão. O Neymar arriscou também. O hexa vem, #hexou”, arrematou Elisa.

Latinos ainda aguardam resultados

Apesar da verdadeira corrente de torcedores latinos que se concentraram na área da Fifa Fan Fest, no campus da Universidade de Moscou, apoiando a Seleção Brasileira, os comandados de Tite decepcionaram ao empatar em 1 a 1 com a Suíça, ontem, em Moscou. Neymar e companhia pararam no ‘ferrolho suíço’.

Após a rodada de ontem, das equipes latinas que já estrearam, por enquanto só o Uruguai, que derrotou o Egito por 1 a 0; e o México que surpreendeu ao vencer a Alemanha por 1 a 0, justificaram a vinda de seus torcedores à Rússia. Além do empate do Brasil, a Argentina também empatou com a Islândia, em 1 a 1; o Peru perdeu para a Dinamarca por 1 a 0; e a Costa Rica caiu diante da Sérvia, também por 1 a 0.

Depois da frustração com seus selecionados, o argentino Fabián e o engenheiro peruano Damián resolveram se unir à torcida brasileira com colombianos, costarriquenhos e até marroquinos.

“Vou apoiar o Brasil. Sou torcedor peruano apaixonado, mas não acredito que minha seleção irá longe nesse Mundial. Sendo assim, prefiro que a Seleção Brasileira vença o torneio, caso o Peru não chegue à final”, disse Damián.

Já o portenho Fabián, que mora na Patagônia argentina, apesar da rivalidade entre os países, também deixou registrado a sua torcida em verde e amarelo. “Eu sei que a disputa entre os dois países é bem acirrada, mas espero que o Brasil passe para a próxima fase. É sempre bom ver a América Latina progredindo e avançando de fase”, comentou o argentino.

Já pela parte brasileira, o mineiro e torcedor do Atlético-MG, Leonardo, ficou muito frustrado com o resultado. “Temos que baixar ‘a bolinha’. Esse time ainda não ganhou nada. Tem que jogar mais sério, mas ainda acredito que vamos ganhar essa Copa. Estarei em São Petersburgo no jogo contra a Costa Rica”, finalizou.