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Viradouro disputa título com Vila Isabel, Mocidade e Mangueira

Beija Flor, Salgueiro e Portela correm por fora. Saiba quais as chances de cada escola para apuração

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 25 de fevereiro de 2020 - 16:54
A Viradouro está brigando mais uma vez pelo título
A Viradouro está brigando mais uma vez pelo título -

Por Ari Lopes, Ana Carolina Moraes, Sérgio Soares e Thalita Queiroz - Fotos Leonardo Ferraz    

Vila Isabel, Viradouro, Mocidade e Mangueira largaram na frente pela disputa do título no Carnaval de 2020. Em qualquer ordem de colocação, é quase improvável que qualquer uma delas não esteja no desfile das campeãs, no próximo sábado. Todas, já vencedoras na chamada elite, além de terem comunidades que abraçam com devoção incomum suas bandeiras, montaram equipes e planos de trabalho com profissionais de ponta, muita organização e também generosos investimentos. Beija Flor, Salgueiro e a Portela, também veteranas e já vencedoras no palco maior da folia,tiveram tudo isso na preparação, mas  correm por fora, com esperanças que os jurados não tenham considerado os erros de organização em seus desfiles. E nesse contexto, até a Grande Rio, com chances menores, pode voltar. Na ponta de baixo da tabela, também existe uma forte candidata para as duas vagas destinadas a Série A em 2021: a União da Ilha, que fez a pior apresentação de sua história. Agora é aguardar a abertura dos envelopes, nessa quarta-feira (26) com as notas dadas pelos jurados. 

Se no ano passado, a Mangueira deixou a Sapucaí com a sensação de que seria muito difícil tirar dela o título - que foi confirmado na abertura dos envelopes - em 2020 a história é diferente. Embora tenha apresentado as imbatíveis técnicas de desfile e beleza plástica, a escola de São Cristóvão criou um enredo mais polêmico e um samba que não teve a mesma receptividade da crítica e do público em relação a 2019, embora com qualidade inquestionável. A linha de criação do tema, um questionamento sobre como teria sido Jesus Cristo, remeteu também à utilização de alas com fantasias mais simples, o que talvez faça a grande diferença em relação à Vila, Viradouro e Mocidade. Além de carregarem em seus figurinos, elas conseguiram passagens arrebatadoras e beirando a perfeição, com um 'chão maravilhoso, tendo alegorias modernas, grandiosas e com movimento, a referência para levantar a arquibancada, o que a Mangueira não conseguiu nesse desfile. O 'povo' do Buraco Quente parecia mais frio, mas está esperançoso com o bi. Resta saber o que viram os  jurados, que são condicionados e treinados a avaliar o que muitas vezes,  televisão não mostra. Vale lembrar que os erros, e a consequente retirada de décimos,tem que ser justificada no mapa de apuração.    

Mas se no chamado primeiro escalão, houve a impressão de que os problemas foram imperceptíveis, não é o que acontece em relação à Beija Flor Salgueiro e Portela. As duas primeiras, com desfiles igualmente grandiosos e emocionantes, se tiverem computados pelos julgadores as falhas em Evolução, por causa dos buracos abertos, por problemas decorrentes das dificuldades locomoção de alegorias, certamente verão o título escorrer entre os dedos. Mas em caso contrário, estão na briga e certamente são fortes candidatos a voltarem no Sábado de Carnaval. A Portela também foi tudo de bom, mas o nível das fantasias pode lhe tirar pontos preciosos na busca ao Sábado das Campeãs. Quem talvez esteja cruzando os dedos por notas positivas dos jurados é a Grande Rio, que também poderia sonhar na volta no sábado, não fosse o grande buraco aberto no Setor 1, quando apenas metade do carro abre alas entrou junto com a comissão de frente. Mas como a trapalhada foi antes do primeiro módulo de jurados, há esperanças na Baixada Fluminense, embora remotas.

A Unidos da Tijuca foi a grande decepção da segunda noite. Com problemas em alegorias e falhas em Evolução e Harmonia, não deve voltar entre as campeãs. Logo ela, acostumada a ganhar títulos e tendo 'medalhões', como Paulo Barros, em sua equipe. Graças a 'mão' veterana e genial da veterana Rosa Magalhães, a 'debutante Estácio até pode sonhar com a permanência na chamada elite, pois se mostrou no mesmo nível que a São Clemente e melhor do que a confusa Paraíso do Tuiuti. Mas na briga contra o rebaixamento, há uma favorita: a União da Ilha, que apresentou falhas em Evolução, Harmonia e para completar a noite de 'trapalhadas', estourou o tempo de desfiles. Resta saber quem fará companhia a ela na Série A em 2021. Vale lembrar que apenas uma escola vai subir e todos os ventos favoráveis sopram em direção à Imperatriz Leopoldinense, que diga-se de passagem, 'sobrou' na turma nos desfiles de sexta e sábado na Sapucaí. 

SAIBA COMO SE APRESENTARAM CADA UMA DAS SEIS ESCOLAS NA SEGUNDA NOITE DO GRUPO ESPECIAL  

SÃO CLEMENTE - Um desfile correto, mas sem muita interação com as arquibancadas. A São Clemente acertou ao voltar a temática bem humorada que a fez cair no gosto da público e da imprensa especializada.  O Carnavalesco Jorge Silveira trouxe a atualidade dos memes e da autocrítica ao controverso povo brasileiro. Não sentiu o peso de ter que abrir a segunda noite de espetáculos e nem de desfilar antes de escolas mais tradicionais no mundo do samba. Briga por posições intermediárias.    

VILA ISABEL - Edson Pereira mostrou a que veio. Com talento e criatividade, transformou em algo inquestionável, belo e emocionante o enredo que contou a a história da fundação de Brasília. Um desfile irrepreensível, em termos de beleza plástica e grandiosidade, somado ao belo samba interpretado pelo experiente Tinga. A reação das arquibancadas foi uma das mais positivas entre todas as desfilantes. Dificilmente deixará de voltar ao Desfile da Campeãs no sábado de Carnaval.

SALGUEIRO - Mostrou a velha força na apresentação do enredo “O Rei Negro do Picadeiro”, de Alex de Souza, que levou para a Avenida a história de Benjamin de Oliveira, primeiro palhaço negro do Brasil. Todos os ingredientes de um grande desfile e e muita interação com as arquibancadas. Uma passagem correta, luxuosa e entusiasmada, que pode não trazer o  títulos se os jurados não levarem em consideração os pequenos problemas em evolução por causa de buracos.

UNIDOS DA TIJUCA - Não fez jus ao enredo 'Onde moram os sonhos', do multicampeão Paulo Barros. A volta do carnavalesco à Unidos da Tijuca não ficou longe do que se imaginava. A escola teve problemas em vários quesitos, além da falta de comunicação com as arquibancadas, o que faz a diferença na hora da decisão final dos julgadores. Certamente terá que torcer muito para não ficar de fora do desfile das campeãs. 

MOCIDADE INDEPENDENTE - Acostumada a voltar entre as campeãs, a Mocidade Independente esbanjou samba no pé, luxo grandiosidade e emoção na apresentação do enredo sobre a vida e a obra de Elza Soares. Tudo funcionou de forma perfeita na Sapucaí, colocando a escola da Vila Vintém como uma das favoritas ao título. Um desfile digno das tradições da verde e branca e da famosa cantora.     

BEIJA FLOR - A Beija Flor se mostrou revigorada em relação ao Carnaval de 2019, quando ficou com a décima primeira colocação, uma das piores de sua história. Fez um desfile correto, com comissão de frente impactante e fantasias bem finalizadas. Como nos bons tempos, mostrou fôlego para voltar entre as primeiras colocadas. No entanto, pequenos problemas em  Evolução fizeram a agremiação correr para terminar seu desfile em exatamente 70 minutos, o máximo permitido. A escola fechou os desfiles com o enredo  enredo “Se Essa Rua Fosse Minha”, de Alexandre Louzada e Cid Carvalho.

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