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Muita persistência nessa hora

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 30 de outubro de 2016 - 10:00
O adestrador Anderson explica a diferença entre os animais
O adestrador Anderson explica a diferença entre os animais -

Ter um cão como companheiro em um apartamento pode ser um assunto controverso. Por um lado, há quem seja contra já que a maioria dos cachorros precisa de espaço para gastar energia diariamente. Por outro, há quem defenda, alegando que os pets se adaptam facilmente a qualquer ambiente e não exigem muita coisa para fazer dali o seu lar. Se você é da turma que concorda que não há nenhum problema em manter um cãozinho no apartamento, a boa notícia é que existe uma saída para tornar essa convivência ainda mais tranquila: o adestramento.

Para o adestrador Anderson Farias, 32, da Elite Dog, um erro comum é optar por um cão de pequeno porte, mas não pesquisar sobre a raça ou procedência do animal.

"Se você escolhe um cão para colocar em apartamento e não vai poder suprir as necessidades dele, ele pode acabar ficando agitado, ansioso", comenta.

Ao contrário da tão recente tendência de humanização dos animais, Anderson, que é "pai" do Euro, um enérgico buldogue inglês, explica que é importante que o cachorro saiba qual é o lugar dele. "Principalmente para morar em apartamento, ele tem que saber que não pode subir no sofá, não pode pular nas visitas e nem se alterar toda vez que a campainha toca. As pessoas acham que é só colocar na coleira e levar para passear que vai resolver, mas não vai. Então, tem que colocar na coleira, dar disciplina, mostrar o que pode e o que não pode e ter voz firme", explica Anderson, acrescentando que entre as queixas mais recorrentes estão problemas de ansiedade e agressividade.

"Tudo que você pensar em adaptar para a rotina do cachorro, pode ser feito. Pode colocá-lo para abrir uma porta, acender uma lâmpada, centenas de coisas, basta trabalhar sempre em cima disso. Com o Euro, eu me baseio mais na parte de comportamento. Adestramento não é querer forçar o animal a fazer tudo. Brincando, você pode conseguir que ele faça", destaca.

O adestramento é subdividido em categorias: comportamento, guarda e defesa, proteção e show dog, utilizado para espetáculos e para trabalhar músculos específicos do corpo que o cão não utilizaria naturalmente. Para Anderson, qualquer cão pode ser adestrado a partir dos 45 dias. A média de aulas de adestramento varia segundo a personalidade e temperamento do cão, assim como seus hábitos, mas o mínimo são 24 aulas de 40 minutos duas vezes na semana.

"O tempo de assimilação dos comandos varia de acordo com cada cachorro. Eu passo o exercício e deixo para o dono fazer o reforço em casa. Na aula seguinte, eu reviso o que fiz e passo outro exercício. Mas, às vezes, o problema maior é que o dono não faz. Aí, preciso repassar tudo de novo", conta.   

Raças mais indicadas

A principal diferença no adestramento de cães para casas e apartamentos é a limitação do espaço. "O cachorro com pouco espaço precisa de mais tempo para assimilar novos comandos, pois ele convive diretamente com o dono e pega manias, defeitos, horários para dormir e fazer as necessidades. O cão de território grande vive sozinho, cria mais independência, sabe que pode correr a hora que quiser", explica Anderson Farias.

Sobre as raças mais indicadas para convívio em apartamento, Anderson é flexível: "O cachorro é indivíduo. Se você colocar 20 exemplares da mesma raça no mesmo espaço, vai ver cada um agindo de forma diferente. Depende muito do cachorro e do quanto você o ensina".

Segundo ele, os cães de grande porte não são indicados, pois precisam de um espaço maior, além de mais tempo para movimentação para gastar energia e não desenvolver problema ósseo. “Hoje em dia tem muitos shit-zu, buldogue francês e basset", cita o adestrador sobre as raças com melhor adaptação para pequenos espaços.

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