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Cariocas na série A

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 21 de setembro de 2015 - 22:47

Na última coluna, os títulos foram “escalada sem limite”, se referindo ao Flamengo, “descida sem limite”, se referindo ao Fluminense, e “será?”, com relação ao Vasco. A referência ao Flamengo, pelo que se viu, foi equivocada. Duas derrotas se seguiram. Aquela para Coritiba veio de forma inesperada, tendo contribuído para isto, certamente, a decisão da diretoria de levar o jogo para Brasília, afastando o time de sua torcida, que, no Maracanã, funciona como um 12º jogador. A derrota de domingo para o Atlético-MG pode ser considerada normal. O que não é aceitável é o time continuar a levar gols de bola aérea. O título relativo ao Fluminense, contudo, em razão dos resultados da semana, foi correto. Duas derrotas nas quais ficou evidenciados o abalo psicológico e a apatia dos jogadores. Evidente a existência de problemas internos no elenco. A diretoria não reconhece tal situação, mas isto é evidente. Já a indagação sobre o Vasco persiste. Será que vai dar? Um bom empate contra o Cruzeiro fora de casa e uma excelente vitória contra o Sport em casa. Neste momento, o mais importante é pontuar. O Vasco nos últimos quatro jogos fez 10 pontos. Campanha de G4. Vamos ver o que ocorrerá no clássico de domingo. Ganhando do Flamengo, a torcida pode realmente acreditar.

Botafogo segue firme

O Botafogo continua firme no caminho da volta à Série A. Boa vitória, contra o “BOA”, com grande atuação de Jefferson. Rezemos para que em 2016 não tenhamos, além do Macaé, outros times do Rio de Janeiro na Série B. Em tempo: o Madureira acabou de cair para série D. Dá-lhe Rubinho!!!

Futebol e paixão

No meio da tarde de ontem, o responsável por esta coluna recebeu uma carta de um torcedor amigo, resolvendo reproduzi-la de forma resumida em razão do espaço disponível.
“Caríssimo. Cerca de um ano atrás, o Presidente Peter, do Fluminense, esteve comigo em uma reunião de trabalho, onde se tratou dos descalabros existentes nas federações, principalmente a do Rio de Janeiro, tema a que ele realmente se dedica no comando do tricolor. Na saída, ao levá-lo ao elevador, o ascensorista, torcedor sofrido do Flu, ficou emocionado ao vê-lo. No dia seguinte, Peter mandou uma camisa do clube assinada por todos os jogadores. Ao entregá-la àquele torcedor, pude constatar a sua alegria, seguida de um choro, admitindo que, pela primeira vez, teve uma camisa original do time que tanto amava. Sabendo que ele visitaria um filho nas periferias de SP no final de semana, e como também lá estaria, falei que o levaria ao jogo do Fluminense em Campinas. Chegamos ao estádio cerca de 30 minutos antes da bola rolar. Os jogadores se aqueciam no campo e ele não conseguia identificá-los, em razão da péssima iluminação, o que não é sentido na televisão pela técnica corretiva utilizada. Fui a ele identificando jogador por jogador. Logo que começou a partida, as suas reclamações com os jogadores foram estridentes. Um zagueiro pesado e sem tempo de bola; outro com habilidade técnica maior do que a da grande maioria, mas que, aparentemente, joga para demonstrar esta categoria, o que quase gerou uma situação de perigo para o time antes do primeiro minuto do jogo. O torcedor, meu convidado, vibrou com a jogada; eu procurei lhe mostrar que o zagueiro, por mais técnico que seja, não deve agir daquela forma. Os laterais não lhe eram conhecidos e, como estavam muito mal, eram xingados. Pediu o nome do lateral esquerdo. Disse que era Leo Pelé. Ele reclamou dizendo que Pelé foi o maior jogador do mundo. Tentei lhe explicar que os clubes, na base, optam por supervalorizar os garotos. Colocam apelidos de craques e fazem com que eles assim se achem realmente, procurando encurtar o caminho para a Europa, sonho de praticamente todos. Nenhum deles sonha em ser titular do profissional. Querem ser promovidos, para, em seguida, serem vendidos para um time europeu. No momento em que o juiz amarelou o segundo jogador do Flu em apenas 10 minutos, ele xingou o árbitro, cujo nome também desconhecia, apesar de saber que ele é oriundo da federação do Estado em que o famoso Carlinhos Cachoeira operava. Ele passou a chamar o árbitro de “amigo do Cachoeira”, comportamento típico do torcedor sofrido. Não aguentou a lentidão do Cícero e do Edson. Eles não conseguem andar, sempre estão atrasados, gritava. Tentei acalmá-lo dizendo que se eles estavam jogando é porque, provavelmente, os reservas deveriam ser ainda mais lentos. A aparente falta de vontade, justifiquei, devia ser porque o Edson foi definitivamente contratado recentemente e teve um expressivo aumento do salário, enquanto o Cícero, já estando surpreendentemente rico pelo futebol que possui, não quer mais nada, “não está nem aí para o Flu”, sendo este o motivo que a maioria dos jogadores não aguenta a sua falta de vontade nos treinos, o que desune o grupo. Talvez em razão da lentidão antes referida, a velocidade de Osvaldo no ataque logo foi por ele elogiada. Mas na terceira vez que ele saiu com bola e tudo pela linha de fundo, os reclamos passaram a prevalecer. O grande capitão, seu maior ídolo, também foi por ele xingado quando o placar já estava 3 x 0 para a Macaca. Normal o maior ídolo ser responsabilizado pela derrota. Ele parece sem ritmo, mais lento do que o normal, criticava. Falei que o futebol moderno já não admite atacante com o seu perfil, mas que ele é importante por sua liderança com os mais jovens. A reação dele foi imediata: parece que nos livramos do comando do dono da Unimed e agora somos controlados por um jogador. Falei que não era bem assim. Todo o time tem que ter um líder. E Fred é. Cabe à diretoria impor limites. No final do primeiro tempo, ele queria ir embora, temendo uma goleada maior em razão da atuação apática da equipe. Assustado com o comportamento dos outros torcedores que começaram a xingar o comando tricolor que estava em camarote acima da arquibancada, ele resolveu ficar. Logo no início no segundo tempo, o Flu diminuiu o placar e o torcedor passou a ter esperança. Ledo engano. Apesar da pequena melhora, prevaleceu a apatia daqueles jogadores do meio de campo, principalmente após a entrada do Ronaldinho, que não conseguiu fazer uma jogada com a bola rolando. Ai ele afirmou: bem que o senhor disse que os reservas devem ser mais lentos do que os escalados no início. Aí já não mais ele, e, sim, eu, tive pena de ver um jogador como Ronaldinho passar o constrangimento que passou no sábado. Muito triste. Encerrada a partida, com mais uma derrota, voltamos de carro para São Paulo. No caminho, ele reclamava de tudo, dizia que o time iria cair e falava que sequer ouviria pelo rádio os jogos restantes. Acrescentava que não poderia perder o último ônibus que sairia pouco depois de meia noite e que não conseguiria dormir de tanta raiva. Falei para ele se acalmar e dormir. Os jogadores também perderam e, provavelmente, chegando ao hotel, pediriam autorização para sair, como foi noticiado quando da derrota para o Corinthians, também em São Paulo, quinze dias atrás. Ele ficaria sem dormir, enquanto os jogadores estariam se divertindo, pouco se importando com o sofrimento do torcedor. Chegamos a tempo de ele pegar o ônibus para casa do filho. ... O mais
curioso é que, ontem, ao encontrá-lo no trabalho, ele já mudara o discurso. Disse que o time era bom e que o culpado da derrota foi o técnico que acabara de chegar e não conhecia os jogadores. Ouvira pelo rádio o pedido de apoio feito por Fred e resolveu atender. Perguntou se seria possível conseguir um ingresso para o jogo contra o Grêmio, porque queria incentivar o time para sair desta situação, acreditando na importância da participação do torcedor. Já comprei um ingresso para ele, inclusive para o próximo jogo contra o Goiás. Provavelmente, ele será um dos 8 mil torcedores que estarão quarta feira e sábado empurrando o Fluminense à vitória. Esta é a paixão que o futebol causa. Será que os jogadores sabem disto ou pensam nestes torcedores quando atuam de forma tão apática como o Fluminense tem jogado? Abraços.”

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