Escalada sem limite

O mais otimista torcedor do Flamengo jamais imaginou, diante do melancólico inicio de campeonato, que o rubro-negro, neste momento, estaria no G-4 em flagrante ascendência técnica e emocional. Após a saída de Cristóvão e a entrada de Oswaldo de Oliveira, o Flamengo, no campeonato brasileiro, apenas venceu. A eliminação para o Vasco ocorreu na Copa do Brasil e o time não perdeu o segundo jogo, comandado pelo novo treinador, tendo apenas empatado. E a crescida não é por acaso. O time tem jogado bem e vencido de forma convincente. Com a série de vitórias, os jogadores ganham confiança e passam a jogar muito melhor. Basta ver os gols marcados por Luiz Antônio e Paulinho nos dois últimos jogos. O mais impressionante é que o time vem jogando bem mesmo com a ausência de jogadores importantes. Parece que o time melhorou com a saída de Guerrero. Ficou mais leve. Problema, talvez no bom sentido, terá Oswaldo de Oliveira com o retorno do peruano. O esquema terá que ser alterado para volta de Guerrero. Provavelmente vai sobrar para Kayque. Mas a velocidade e leveza deste, que vem marcando gols importantes, podem ser sentidas. O que não se discute é que o crescimento do Flamengo é para preocupar as equipes da parte de cima da tabela, nunca podendo se esquecer do que ocorreu em 2009.

Descida sem limite

Ao contrário do Flamengo, o Fluminense vem caindo de forma assustadora. Nem o mais pessimista torcedor tricolor, após o excelente início de campeonato, quando chegou a ocupar a segunda posição após decorrido mais de 1/3 do campeonato, poderia imaginar que, agora, estaria fazendo conta para se livrar da zona do rebaixamento. E a queda se iniciou com a chegada de Ronaldinho e Cícero, jogadores que a maioria imaginava terem vindo para qualificar o elenco. Pelo menos era o que se pensava com o retorno do último. Mas um time não se forma apenas com jogadores com nome e histórico no futebol. Além da parte técnica, tem que existir um grupo com o mesmo pensamento, a mesma vontade. E a divisão no elenco do Flu é evidente. Impressionante a queda de produção de alguns jogadores após a chegada do dentuço. A liderança de Fred não se mostra suficiente, chegando a atrapalhar em algumas ocasiões. Não é normal um jogador, sem condições de atuar, ficar na beira do campo orientando os jogadores como se fosse o treinador. Alguns podem entender que se trata de comprometimento. Talvez sim. Mas, certamente, para os jogadores, ficou evidente que o treinador perdeu o controle do grupo. Não manda mais. E, se comprovada tal impressão, a única solução é a troca de comando. A falta de vontade de alguns jogadores no último domingo deve ter irritado o torcedor.

Será?

Segundo estatística divulgada nos jornais, a situação do Vasco, hoje, é melhor (ou “menos ruim”) do que a do Fluminense em 2009. É verdade que o time tricolor era melhor do que a atual equipe vascaína. Mas as duas últimas vitórias passaram a dar alguma esperança aos torcedores. Para quem gosta de coincidências, comparando a situação do Fluminense com a do Vasco, o jogo da próxima rodada é essencial. A subida tricolor ocorreu após vencer o Cruzeiro no Mineirão, em uma virada histórica. Perdia de 2 x 0 no primeiro tempo, com o Cruzeiro ainda desperdiçando um pênalti, para virar na segunda etapa para 3 x 2. O Vasco joga amanhã contra o Cruzeiro, que também está em situação de risco. Outra coincidência: o último jogo do Fluminense foi contra o Coritiba, no campo do adversário. O Vasco fará a sua última partida no Paraná contra a mesma equipe. Será que outro carioca rebaixará o Coritiba em uma reação inimaginável? O homem do charuto já está pensando em vender os casacos comprados.

Retornou ao normal

Já o Botafogo, que aparentemente vinha caindo de produção, parece ter se reencontrado. Está em situação mais cômoda na série B, tendo sido importante o dedo do treinador Ricardo Gomes de escalar jogadores mais rodados no momento instável da equipe. Hoje enfrenta o Oeste em casa e, vencendo, provavelmente, considerando os jogos da rodada, se distanciará ainda mais do quinto colocado, ficando cada vez mais próximo do almejado retorno à primeira divisão.