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Famílias estão sem solução

Polícias não desocupam condomínios, pois não há local para os desabrigados

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 03 de maio de 2016 - 22:41
Gislane procurou empreendimento para buscar as chaves
Gislane procurou empreendimento para buscar as chaves -

Por Thiago Soares

Operação das polícias Militar e Federal para a retirada das 800 famílias dos Residenciais Parque das Araras e Parque dos Bem-te-vis no Jóquei, em São Gonçalo, foi novamente cancelada. Apesar da pressão feita pela Caixa Econômica Federal (CEF) para que as forças de segurança cumpram a determinação judicial, a Polícia Militar justifica que não há condições de retirar as famílias do local sem ter um local para levá-los.

De acordo com o comandante do 7º BPM (São Gonçalo), coronel Samir Vaz, a função da polícia é garantir a reintegração de posse dando apoio ao oficial de Justiça, que é a quem compete cumprir aquilo que é determinado pela Justiça. “Tínhamos um aparato de mais de 400 homens para cumprir a decisão, mas esbarramos com a falta de local para realojar essas pessoas. Sabemos que tem pessoas oportunistas, mas tem também muita gente que não tem onde ficar. Onde vamos colocar as crianças, idosos, gestantes e deficientes? Passamos essa questão para o juiz, que foi muito sensível a isso e suspendeu a ação, permitindo que tivéssemos um pouco mais de prazo. Jamais passaria por cima de uma ordem judicial”, explicou o comandante. Ainda segundo o coronel, na tarde de ontem, uma nova reunião foi realizada para traçar uma estratégia para a desocupação. “Se o juiz determinar, eu vou lá e cumpro. Mas, como técnico em segurança, expliquei para ele que correríamos um grande risco. No primeiro momento, para onde essas pessoas vão, pode não ser um problema da polícia, mas passa a ser quando elas se espalham pelo município fazendo manifestações e aí teremos um grave problema de ordem pública”, afirmou.

Em nota, a assessoria de imprensa da CEF informou que a reintegração de posse dos empreendimentos é feita conforme determinação judicial. O cumprimento da decisão é de competência da Justiça Federal. A reintegração de posse visa garantir o direito das famílias devidamente selecionadas pela prefeitura municipal, de acordo com os critérios estabelecidos pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), para os quais os imóveis serão devidamente destinados. Após a reintegração, a CAIXA fará vistoria das unidades para posterior entrega às famílias selecionadas pela prefeitura. A CAIXA informou também que há Programa Caixa de Olho na Qualidade, que tem objetivo de atender aos beneficiários do MCMV. Este programa tem a opção de denúncia de uso irregular, invasão, venda ou ociosidade (0800-721-6268).

A assessoria da Justiça Federal foi procurada, mas não deu retorno até o fechamento desta edição, assim como a prefeitura de São Gonçalo.

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